sexta-feira, 28 de novembro de 2014

VIADUTOS EM OBRAS

Porto Alegre

Tráfego no viaduto da avenida Bento Gonçalves deve ser liberado em janeiro

Anteriormente, se previa que os veículos pudessem utilizar a pista superior do viaduto ainda em dezembro

zero hora 28/11/2014 | 11h18
Tráfego no viaduto da avenida Bento Gonçalves deve ser liberado em janeiro Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Segundo dados de outubro, a obra está 73% finalizada Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS


Os usuários da Terceira Perimetral vão precisar de um pouco mais de paciência para se verem livres do desvio criado com a execução das obras do viaduto da Avenida Bento Gonçalves, na zona leste de Porto Alegre. Pela previsão da prefeitura, o tráfego poderá ser liberado na parte de cima da elevada em janeiro. Anteriormente, se previa que os veículos pudessem utilizar a pista superior do viaduto ainda em dezembro. As informações são do blog Estamos em Obras, da Rádio Gaúcha.

O adiamento ocorre porque é preciso que ocorra o recuo do terreno de pelo menos uma das áreas da Brigada Militar que atrapalham a conclusão dos serviços, na Avenida Aparício Borges. As negociações ocorrem desde quando a obra iniciou, há dois anos.


A liberação dessa parte da área é fundamental para que seja criada uma faixa lateral à pista de descida do viaduto do sentido norte-sul. Sem esse espaço, os veículos que transitam na lateral da elevada ficariam represados pelos que descem do viaduto.

Segundo dados de outubro, a obra está 73% finalizada. Os cabos de aço do trecho estaiado do viaduto estão sendo instalados.A previsão é que toda a obra seja concluída até o fim do primeiro semestre de 2015.

"As pessoas gostam de aproveitar momentos trágicos como esse de BH", diz secretário de Gestão

A autorização das obras foi dada em agosto de 2012, mas os desvios no trânsito só começaram a ser realizados em janeiro de 2013. O viaduto irá ligar as avenidas Doutor Salvador França e Coronel Aparício Borges sobre a Avenida Bento Gonçalves, com extensão de 540 metros. Será um viaduto de "doias andares", com duas faixas de trânsito para carros em cada sentido na via de cima e, abaixo desta, outra via, usada para a circulação de ônibus. Um trecho de 100 metros do viaduto será estaiado (suspenso por cabos). A obra está orçada em R$ 79,28 milhões.



Confira abaixo o andamento das obras da Copa:


Viaduto da Plínio Brasil Milano


Início: Ainda não começou.
Custo previsto: R$ 31.024.912,03
Empresa: consórcio PCS (Pelotense, Conpasul e Serki)
Etapa atual: no aguardo da definição da Justiça quanto à reintegração de posse de dois terrenos necessários para a realização da obra
Próximo passo: início das obras
Prazo de conclusão atual: 18 meses após o início das obras

Trincheira da Cristóvão Colombo


Início:
março de 2013, com previsão de ser concluída em 12 meses
Custo previsto inicialmente: R$ 12.535.188,10
Empresa: consórcio EPT-SERENGE-SERKI
Etapa atual: no aguardo da definição da Justiça quanto à reintegração de posse de um terreno necessário para a realização da obra
Próximo passo: escavação da trincheira
Prazo de conclusão atual: julho de 2015 (16 meses de atraso)

Viaduto da Bento Gonçalves

Início: agosto de 2012, com previsão de ser concluída em 24 meses
Custo previsto inicialmente: R$ 69.657.568,51
Empresa: consórcio Nova Bento (Cidade e Sultepa)
Etapa atual: implantação de pilares e vigas do viaduto e lajes da pista de rolamento
Próximo passo: adequações do entorno imediato
Prazo de conclusão atual: abril de 2015 (seis meses de atraso)

Trincheira da Ceará


Início: dezembro de 2012, com previsão de ser concluída em 18 meses
Custo previsto inicialmente: R$ 31.278.661,99
Empresa: Consórcio Farrapos (Conpasul, Sogel, Toniolo e Busnello)
Etapa atual: devido ao elevado nível do lençol freático no local, problema não descrito no projeto inicial, será necessário o uso de um equipamento de grande porte — que só poderá ser utilizado durante a noite, para evitar problemas no trânsito e tráfego aéreo. Como o contrato atual prevê serviços diurnos, a prefeitura elabora um aditivo para poder retomar os trabalhos.
Próximo passo: escavação da trincheira
Prazo de conclusão atual: junho 2016

Trincheira da Anita

Início: janeiro 2013 (mas ainda não começou), com previsão de conclusão em 12 meses
Custo previsto inicialmente: R$ 9.894.883,57
Empresa: Sultepa
Etapa atual: equipes técnicas trabalham no cronograma dos trabalhos
Próximo passo: escavação da trincheira
Prazo de conclusão: 2015

* Zero Hora

segunda-feira, 7 de julho de 2014

ESTRANGEIROS AVALIAM PASSAGEM PELO RS DURANTE A COPA



G1 - 07/07/2014 10h01

Em 5 itens, estrangeiros avaliam a passagem pelo RS durante a Copa. G1 ouviu mexicanos, um alemão, um inglês e um argentino durante a Copa. Porto Alegre sediou cinco partidas, de nove seleções de cinco continentes.

Fernanda Canofre, Guilherme Pontes e Rafaella Fraga Do G1 RS


Holandeses e australianos confraternizam após jogo em Porto Alegre (Foto: Guilherme Pontes/G1)

Os cinco jogos de Copa do Mundo em Porto Alegre modificaram a rotina da cidade, com turistas trazendo um pouco de sua cultura ao estado. Mas o que eles acharam de nós? Durante a permanência dos estrangeiros na capital, uma das primeiras impressões ruins foi a mobilidade urbana na cidade. No entanto, houve quem aprovou o sistema de transporte da capital gaúcha. A melhor impressão é quase unânimidade: a cordialidade dos brasileiros.



Para a maioria dos europeus, a cidade lembrou muito sua terra natal. Na opinião dos latinos, há miséria e desigualdade social pelas ruas. Apesar disso, perceberam várias semelhanças.

A violência, na opinião dos turistas ouvidos pelo G1, parece maior nas páginas de jornal que nas ruas da cidade. A maioria afirmou se sentir segura e não ter passado por nenhum problema. Apesar do pouco tempo no país, todos notaram os brasileiros "amigáveis" e dispostos a ajudar.

Na última semana do Mundial na capital gaúcha, o G1 ouviu alguns gringos que passaram pela cidade. O Beira-Rio sediou cinco partidas, de nove seleções de cinco continentes, e viu a rede balançar 22 vezes: uma média de 4,4 gols por partida.

Abaixo, confira as opiniões dos estrangeiros sobre Porto Alegre

Alemão Jean-Christoph Ritter vive em Berlim
(Foto: Fernanda Canofre/G1)

Jean-Christoph Ritter, da Alemanha

A Copa dele: O músico de 39 anos veio de Berlim com mais quatro amigos. Eles assistem juntos a todos os Mundiais desde 2006, quando estavam em casa. Para o Brasil, decidiram embarcar em cima da hora, duas semanas antes do início do evento e vão a todas as partidas da Alemanha nos estádios. "Já conhecia o Brasil, mas só o Rio de Janeiro. A Copa parece uma excelente oportunidade de conhecer outras regiões e a diversidade do país", diz.

Primeira impressão: O estilo “europeu” de Porto Alegre. "Quando pisei em Porto Alegre senti que estava de volta a Berlim", brinca. "Em todas as placas de lojas, há nomes alemães, por todas as partes. Além disso, faz frio como na Europa".

Melhor do Brasil: Os brasileiros. "As pessoas são muito otimistas, muito positivas em relação à vida. Na Alemanha não é assim. Somos mais fechados, mais pesados. Acho que o clima influencia muito, tenho essa teoria", avalia.

Pior do Brasil: Burocracia e lentidão. “Precisa de papéis e autorizações para tudo. Isso se parece com a Alemanha também", aponta. O alemão conta ainda que achou algumas coisas muito lentas, por exemplo, esperar meia hora em uma fila de supermercado com apenas cinco clientes. Porém, não achou isso exatamente tão ruim. "Não existe no meu país, mas eu gosto. Dá outro ritmo a vida", compara.

Diferença entre os dois países: No Sul do Brasil, o alemão se sentiu em casa, em razão da numerosa colônia alemã presente no Rio Grande do Sul. Mas depois de andar por algumas partes do país atrás da seleção de Thomas Müller, eis que surgiram as diversidades.

Os alemães, que tiveram as fronteiras de seu país redefinidas diversas vezes nos últimos séculos, observam algo diferente no Brasil. "O país é enorme. Não sei como conseguem manter tudo unido, pessoas, culturas. É tudo muito diverso e ainda assim faz parte da mesma nação".

Argentino Fernando Martin Contino é de Quilmes,
em Buenos Aires (Foto: Guilherme Pontes/G1)

Fernando Martin Contino, da Argentina

A Copa dele: O estudante de 27 anos é natural da cidade de Quilmes, na província de Buenos Aires. No Brasil na companhia de outros dois amigos, viu o jogo entre Argentina e Nigéria no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Após a exibição com show de Messi no gramado, acredita no título argentino.

Primeira impressão: Boa receptividade. “As pessoas são muito simpáticas, tratam os visitantes muito bem e estão sempre dispostas a ajudar”, diz ele.

Melhor do Brasil: As brasileiras.“As mulheres são a melhor coisa. São lindas, tem uma beleza diferente das nossas mulheres, são divertidas e provocantes”, elogia.

Pior do Brasil: Trânsito e mobilidade urbana. “É bastante complicado para chegar aos lugares, muitos carros e a sinalização também poderia ser melhor”, exemplifica. “Sobre segurança, não tivemos problemas, mas ouvimos falar que em alguns lugares seria perigoso andar sozinho”, comenta.

Diferença entre os países: “A música, o jeito de dançar, o som. Isto é bem diferente em minha terra”, lista. “Mas as músicas brasileiras são divertidas. A comida é mais pesada do que a nossa, mas é muito, muito boa também”, destaca.

Inglês Martin Burgess passou a Copa do Mundo
em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)

Martin Burgess, da Inglaterra

A Copa dele: O inglês de 46 anos acompanha pela primeira vez de perto a realização de uma Copa do Mundo. Escolheu Porto Alegre para passar duas semanas durante as férias, em pleno Mundial, mesmo a capital gaúcha não sediando nenhum jogo da Inglaterra. “A Copa não é só futebol” explica ele. Apesar disso, diz ter assumido o Grêmio como time brasileiro. No Beira-Rio, assistiu a dois jogos: Austrália x Holanda e Argentina x Nigéria.

Primeira impressão: O estilo “europeu” de Porto Alegre. “Parece um pouco com Portugal. E o clima é muito inglês”, ri, ao referir-se à chuva e ao dia nublado. "É uma cidade moderna. Há um bom sistema de transporte. O que me deixou até um pouco surpreso. Não sabia muito sobre aqui. Infelizmente, o que muita gente de fora sabe o Brasil é sobre favela e futebol”.

Melhor do Brasil: As pessoas. “São pessoas muito amigáveis e prestativas. Aqui conheci pessoas, fiz amigos. As pessoas são diferentes. Nada parece um grande problema para os brasileiros”.

Pior do Brasil: Miséria. “O mesmo problema do meu país. Pessoas sem casa, vivendo nas ruas”, descreve. “Mas me senti muito seguro em Porto Alegre. De verdade. Sei que ocorrem coisas, é claro que sim. Mas perto de mim, por onde andei, não vi nada”, garante.

Diferença entre os países: Alimentação. “Em Londres as pessoas bebem muito. Aqui se come muito. As porções de comida nos bares são imensas. E por um bom preço”, aponta o inglês.

Mexicano Francisco Padilla vive sua terceira Copa
do Mundo (Foto: Fernanda Canofre/G1)

Francisco Padilla, do México

A Copa dele: De Guadalajara, o contador de 45 anos acompanhou as partidas do México durante a primeira fase, junto a outros cinco amigos. Essa é a terceira Copa do Mundo do grupo. Quatro amigos voltaram para o México e dois seguiram para conhecer um pouco mais sobre o Brasil.

Primeira impressão: Populoso e clima de insegurança. “Comparado aos Mundiais realizados na Alemanha (2006) e África do Sul (2010), o Brasil é muito desorganizado. No Nordeste, senti insegurança”, aponta. Já Porto Alegre o agradou mais. "Gostei muito da cidade, apesar de achar o centro um pouco sujo. Mas aqui se pode caminhar à noite, não ha tanta gente quanto São Paulo”, compara.

Melhor do Brasil: Os brasileiros. "As pessoas, definitivamente. A gente daqui é incrível. Mesmo com a pobreza e os problemas, todos se entregam aos visitantes", afirma.

O pior do Brasil: Estradas. "Alugamos um carro para viajar pelo nordeste e o pior foram as estradas. As rodovias são muito ruins".

Diferença entre os países: "Esperava um Brasil melhor, mas encontrei um país até mais pobre que o México".

Mexicano Danilo Paredes viaja pelo Brasil sozinho
durante o Mundial (Foto: Fernanda Canofre/G1)

Danilo Paredes, do México

A Copa dele: O empresário de 33 anos está viajando sozinho desde o início da Copa do Mundo por várias cidades do Brasil. "Eu quis vir pelo povo e pela cultura, que se parecem muito conosco", diz. Passou por Porto Alegre para assistir ao confronto entre Alemanha e Argélia, pelas oitavas de final da competição.

Primeira impressão: "Quando cheguei, passando pelo cais, Porto Alegre me pareceu um pouco antiga. Mas caminhando pelo centro vi que tem uma arquitetura muito bonita".

Melhor do Brasil: Os brasileiros. "As pessoas são muito amáveis. Quando você pede informações, te ajudam e são de uma dedicação que nunca vi igual”, aponta o mexicano.

Pior do Brasil: Desigualdade social. "É muito marcante. Não esperava que fosse tanto assim".

Diferença entre os países: "Somos muito parecidos, mas para mim a diferença foi com a parte de segurança. Aqui me parece muito mais seguro que no México".


domingo, 29 de junho de 2014

A MAIS EUROPÉIA DAS CIDADES



Frio, segurança e Ronaldinho; A mais europeia das cidades: como a imprensa alemã vê Porto Alegre. Capital ganhou destaque em veículos da Alemanha para explicar a sede do confronto com a Argélia

por Matheus Beck, ZERO HORA Atualizada em 29/06/2014



Franceses tornaram a Borges de Medeiros sua Champs-ÉlyséesFoto: Taís Seibt / Agencia RBS


A mais europeia das cidades brasileiras. É assim, em linhas gerais, que a imprensa alemã se refere a Porto Alegre para explicar como é o palco de Alemanha e Argélia, nesta segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Para bem e para o mal.

S


O Der Spiegel, uma das mais tradicionais revistas, localizada em Hamburgo, destaca o "frio" em que acontecerá o duelo. Outro que apela para as questões geográficas para diferenciar a Capital das outras 11 sedes é o portal online do jornal Rheinische Post, de Düsseldorf. Em um artigo postado neste domingo, a cidade é lembrada por não possuir vastas praias como os cartões-postais do Brasil costumam representar.

— Em Porto Alegre, o Carnaval não é, talvez, tão colorido quanto em Salvador ou no Rio de Janeiro. E, no entanto, é um dos locais com maior qualidade de vida — não apenas no Brasil, mas em toda a América do Sul. Por quê? — questiona.


Quem ajuda a responder na própria reportagem é o ex-goleiro Lutz Pfannenstiel, que atuou no Atlético de Ibirama, de Santa Catarina:

— Porto Alegre é de longe a cidade mais segura do Brasil — afirmou ao RP Online.

Os elogios não param por aí. O sistema de ensino é louvado por ser "muito bem desenvolvido", a culinária, por ter "a melhor carne do Brasil", e a influência europeia na arquitetura também é ressaltada. Até o Gre-Nal ganha contornos de "patrimônio" cultural da cidade.





Já o jornal Die Welt, de Berlim, é objetivo. Ele caracteriza Porto Alegre como a sede mais "europeia" do Mundial. Em matéria publicada no sábado, é destacado o tempo "frio e chuvoso" da Capital. Mas o artigo não aborda apenas as questões climáticas. A ausência de infraestrutura em relação às grandes capitais da Europa também é mostrada. A falta de aquecedores nos quartos de hotel, por exemplo, é citada como problema recorrente de um município que não sabe lidar com suas limitações.

— O céu sobre Porto Alegre parece mais cinzento do que, por exemplo, sobre São Paulo. E é também mais úmido. Tudo é mais congestionado. Em dias de jogos, o tráfego é enorme — cita.



O independente Pforzheimer Zeitung, de Pforzheim, cidade próxima a Stuttgart, publicou um vídeo com imagens de Porto Alegre, contando de maneira breve sua história e a caracterizando como uma "cidade de constrastes":

— Há problemas de pobreza, alto custo de vida, criminalidade, obesidade e trânsito intenso. Por outro lado, Porto Alegre recebeu inúmeros prêmios como uma das melhores cidades para se viver, trabalhar e estudar — diz a narração.

No fim, para os fãs de futebol, recorda que o jogo da Copa ocorrerá no Beira-Rio, casa do Inter. E, como se soubesse da rivalidade local, citou o Grêmio sem entrar em polêmicas. Apenas lembrou que é o clube "onde cresceu, entre outros futebolistas mundialmente famosos, Ronaldinho".

sábado, 21 de junho de 2014

OLHAR GRINGO


New York Times destaca diferenças do Rio Grande do Sul para o resto do Brasil. Reportagem do jornal mostrou como o futebol e a cultura do Estado estão distantes da imagem que o país tem no Exterior

ZERO HORA 21/06/2014 | 15h46


Vestimenta para o inverno foi citada na reportagem do jornal norte-americanoFoto: Márcio Beyer/ Agência RBS


O jornal The New York Times publicou reportagem em que destaca as diferenças do futebol e da cultura do Rio Grande do Sul em relação ao resto do Brasil. O material lembra o estilo mais físico do futebol gaúcho, que se distancia do estereótipo do "jogo bonito" utilizado como marca do Brasil no Exterior.

— Os dois principais clubes de Porto Alegre, Grêmio e Internacional, têm a reputação de jogar à maneira uruguai e argentina: duro, e sem limitações — escreve o repórter Andreas Campomar.


O NYT ressalta a diferença do clima e a vestimenta mais pesada para aguentar o inverno mais rigoroso:

— Aqui em Porto Alegre, todos estão vestidos para o inverno. Eles vestem preto, como se estivessem em luto pela ausência do calor do verão. Este não é o Brasil suptropical, do samba, que imaginamos, mas a severa realidade do inverno no Estado mais ao sul do país, o Rio Grande do Sul.

A reportagem encerra lembrando que os argentinos movimentarão a cidade nos próximos dias e, devido à cultura gaúcha que os une aos porto-alegrenses, "encontrarão uma casa longe de casa".

quarta-feira, 26 de março de 2014

PORTO ALEGRE, NOSSO ORGULHO


26 de março de 2014 | N° 17744


ARTIGOS


 por José Fortunati*




São muitos e complexos os desafios de se administrar uma cidade com 1,4 milhão de pessoas, que formam uma sociedade questionadora. Mas, andando pela cidade, visitando as comunidades, ouvindo representantes dos diversos segmentos, avalio como grande trunfo o potencial questionador dos moradores. Nosso desafio como sociedade na busca constante pela evolução é, entretanto, reverter esse forte posicionamento tão característico do nosso povo em uma autoestima renovada, reconhecendo o valor da nossa gente, da nossa cultura, do nosso trabalho, das construções coletivas que melhoram a vida dos cidadãos quando todos os agentes se apresentam de peito aberto para o diálogo, pelo bem comum.

Foram interações dessa natureza que consolidaram o Orçamento Participativo como oportunidade de as comunidades participarem ativamente das decisões sobre os investimentos mais importantes para o dia a dia dos moradores. Foi pela mobilização da sociedade que definimos, em concurso público, o melhor modelo de guarda-corpo para a ciclovia da Ipiranga. Foi a sociedade organizada que manifestou sua opinião sobre o edital de licitação dos ônibus nas reuniões do OP e nos outros canais oferecidos pela prefeitura para ouvir a população, interação que contribuiu para qualificar a licitação e o serviço sob a ótica de quem utiliza o transporte coletivo. São apenas alguns exemplos, mas teríamos muitos outros sobre essa vocação cidadã do porto-alegrense.

Assim, reafirmamos que todos temos motivos para nos orgulhar da Porto Alegre que reúne as qualidades de uma multicidade, onde convivem tradição e vanguarda, conhecimento, inovação e tecnologia, espaço urbano e belezas naturais, história e futuro, diversidade e pluralidade, cultura e esporte, lazer e trabalho, com destaque em qualidade de vida, em participação popular e em paixão pelo futebol. Mas neste aniversário de 242 anos, que hoje celebramos, convido a uma reflexão para além dos projetos, obras de mobilidade, preparação à Copa.

Convido a pensarmos o que como cidadãos estamos fazendo para nos orgulharmos de Porto Alegre como sociedade. Uma sociedade que respeite as diferenças, que aceite o contraditório, que manifeste a sua opinião de forma pacífica, uma sociedade em que motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres convivam com respeito mútuo. Temos que ser a Porto Alegre que queremos. Esse, sim, é o maior legado que pode ser construído coletivamente, não por essa ou aquela administração, mas pelas pessoas que fazem o dia a dia da Capital e que têm o poder e a responsabilidade de praticar a cidadania de forma plena, a partir mesmo das atitudes mais simples. Por uma Porto Alegre que orgulhe ainda mais a todos nós.

*PREFEITO DE PORTO ALEGRE

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

POR ALEGRE VISTA DE CIMA


Filmagem Aérea - Porto Alegre/RS

Rafael S Dornelles·


<iframe width="640" height="390" src="//www.youtube.com/embed/zEXKKJMrIUY" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

SE NÃO ABRIR, OLHE NA FONTE...


http://www.youtube.com/watch?v=zEXKKJMrIUY&feature=share

sábado, 12 de outubro de 2013

ORLA DO TEJO, EXEMPLO PARA PORTO ALEGRE

ZERO HORA 13/08/2012 | 08h28

Com restaurantes, bares e cafés, Lisboa transforma as margens do Rio Tejo. Saiba quais locais visitar quando o tempo é curto


A mudança e reforma no porto da cidade começou em 1990, com as obras para a Expo' 98Foto: Pedro Pires / Guia da Cidade


Carlos Etchichury


Uma revolução urbanística ocorre às margens do Rio Tejo, em Lisboa, uma das capitais mais antigas da Europa.

Em menos de duas décadas, galpões obsoletos deram lugar a restaurantes internacionais, bares da moda e cafés sofisticados. Armazéns de entreposto na área portuária, que recebiam cargas de todos os cantos do planeta, agora abrigam boates e casas de espetáculo.

A transformação põe fim ao divórcio da cidade com o principal rio da Península Ibérica. Com cerca de mil quilômetros de extensão, o Tejo nasce a 1.593 metros de altitude, na Serra de Albarracín, na Espanha, onde é conhecido como Tajo, corta os dois países e banha Lisboa, antes de desaguar no Atlântico. Da sua foz, partiram as naus e as caravelas portuguesas para desbravar o mundo. Retornavam trazendo ouro e especiarias, que tornaram Portugal uma das principais potências do globo no século 15.

Mas, no século passado, a decadência da área portuária, o imobilismo político e a ausência de investimentos afastaram os lisboetas do seu rio — um fenômeno familiar aos portoalegrenses, em litígio com o Guaíba desde a cheia de 1944, que inundou o centro da Capital.

— Lisboa era uma cidade de costas para o rio — define Mário Machado, presidente Adjunto de Turismo de Lisboa.

Enclave futurista

A realidade começou a se transformar com as obras para a Expo' 98, nos anos 1990. A partir de um moderno centro de convenções, no limite com a cidade de Loures, surgiu o Parque das Nações. É um enclave moderno em uma Lisboa histórica.

À beira do Tejo, destacam- se duas torres futuristas, erguidas na década passada. São Rafael e São Gabriel, nome de navios cruzadores, os arranha- céus envidraçados, de 110 metros de altura, abrigam apartamentos residenciais.

Uma quadra adiante, um dos maiores oceanários do mundo, com 8 mil animais marinhos, atrai turistas europeus, asiáticos, americanos, africanos e brasileiros — encorajados pelo idioma e potencializados pela força do real, eles representam 10,9% dos 62 milhões de turistas que estiveram em Lisboa em 2011. Bares e um teleférico complementam as atrações na orla.

— A zona nova representa a Lisboa moderna que estamos construindo — destaca Mário Machado.

O renascer

Embora emblemática, a reconciliação da cidade com o rio é mais visível na região portuária. Nas chamadas docas de recreio ( Alcântara, Santo Amaro, Belém e Bom Sucesso, na margem norte do Tejo, abrigam mais de 1,1 mil embarcações), há cerca de 70 estabelecimentos, entre restaurantes, bares, cafés e boates.

— A noite é diversificada, longa e barata. Lá, funciona a discoteca Lux, por exemplo, um dos melhores locais da cidade — avisa João Pires, gerente de um albergue.

Responsável pelo restaurante Doca de Santo, o primeiro estabelecimento aberto em Santo Amaro, em 1995, Gustavo Luciano Inocêncio Alves, 34 anos, sintetiza:

— Aqui, havia armazéns obsoletos, que foram transformados em restaurantes. Houve recuperação e a adaptação para uma estrutura de lazer, que não existia.

No primeiro semestre, a orla revigorada foi roteiro obrigatório dos cerca de 6 milhões de brasileiros que visitaram Lisboa.

Parque das Nações

Após a realização da Expo' 98, toda a área industrial de Lisboa, praticamente desocupada, no limite com a cidade de Loures, transformou- se em um bairro residencial e de lazer. No parque, funciona o shoppingVasco da Gama, o mais moderno da cidade. Um teleférico permite vista panorâmica do Tejo e da região. Ingressos: 3,95 euros ( R$ 9,5, ida) e 6,05 euros ( R$ 14,5, ida e volta). Pessoas com mais de 65 anos ou entre cinco e 14 anos pagam 2 euros ( R$ 4,8, ida) e 3,35 euros ( R$ 8, ida e volta)

Oceanário de Lisboa

Inaugurado para a Expo' 98, cujo tema foi Os Oceanos, o oceanário é um aquário público de referência no mundo. Localizado em dois edifícios conectados por um enorme átrio decorado com um painel de 55 mil azulejos, o oceanário reúne 8 mil peixes — dos tubarões assustadores aos peixinhos coloridos que, de tão delicados, cabem na palma da mão.

Museu dos Coches

Criado em 1906 em uma antiga escola equestre, é o maior museu do gênero no mundo. Há preciosidades como o coche do Rei da Espanha Dom Felipe II, uma espécie de Ferrari da época, utilizado para ir da Espanha para Portugal, durante uma visita ao reinado português. Também fazem parte do acervo três dos 15 coches confeccionados a pedido do Rei Dom JoãoV para presentear o Papa Clemente XI, em 1716.

Mosteiro dos Jerônimos

Patrimônio mundial da Unesco, foi construído no século 15 com dois objetivos: abrigar um mosteiro e ser o panteão da família de Dom Manoel. Em estilo gótico tardio e renascentista, marcado pela influência manuelina, era o templo predileto dos navegadores antes de partirem em direção ao desconhecido.

Na entrada da igreja do mosteiro, que merece uma visita à parte, dois lusitanos ilustres são homenageados: Vasco da Gama e Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas.

Praça do Comércio

Uma das mais conhecidas praças europeias, a Praça do Comércio ( também conhecida como Terreiro do Paço) fica à beira do Rio Tejo. Nos prédios históricos, ministérios e repartições públicas deram lugar a áreas de lazer, restaurantes, cafés e bares. No centro da praça, a Estátua de Dom José I montado em um cavalo com as duas patas apontadas para o céu impressiona pela imponência. No entorno, oArco do Triunfo da RuaAugusta, construído após o terremoto de 1755, exemplifica o bom gosto da arte portuguesa.

Centro Histórico

Reconstruída após o terremoto de 1755, que dizimou Lisboa, a parte baixa é marcada pela arquitetura pombalina, caracterizada pela simplicidade e funcionalidade impostas pelo primeiro ministro da época, Marquês do Pombal — responsável pela construção da cidade. É o primeiro sistema antissísmico e o primeiro método de construção em grande escala pré- fabricado no mundo. Construídos fora da cidade, os edifícios eram transportados em peças para serem montados no local, como gigantescos legos. Em menos de duas décadas depois da catástrofe, a população estava alojada.

Onde comer

Em Lisboa, come- se bem e barato. Na Rua dos Douradores, próximo à Praça da Figueira, é possível comer a preços brasileiros. Restaurantes tradicionais oferecem pratos típicos como carapaus ( peixe parecido com sardinha) de Sesimbra ao carvão por 6,80 euros por pessoa ( 9,80 euros para dois). O valor é idêntico se a opção for por pataniscas de bacalhau com arroz ( bolinhas de bacalhau achatadas servidas com arroz com tomate e couve). Um almoço com sobremesa e cerveja sai por cerca de R$ 40.

Não deixe de provar

Nas dependências de Confeitaria de Belém, no bairro de mesmo nome, é possível encontrar turistas de todas as partes do mundo atraídos por um mesmo objetivo: provar o pastel de belém, o doce mais tradicional de Portugal e um dos mais conhecidos da Europa.

Inventado pelos monges do Mosteiro dos Jerônimos, o pastel se tornou popular após a extinção das ordens religiosas, em 1834, quando um monge foi trabalhar na confeitaria. Desde que começou a ser vendida, em 1837, a iguaria se tornou popular em Lisboa. A receita é um segredo mantido a sete chaves. Reza a lenda que apenas três funcionários dominam o processo de produção na pastelaria. A receita só é passada adiante quando um deles morre, para que se perpetue a forma de fazer o doce. Essas pessoas, acredite, têm contratos de confidencialidade e são proibidas de viajar juntas.

A confeitaria abre todos os dias, das 8h à meianoite. São vendidos 20 mil pastéis por dia, ao custo de 0,95 euros ( R$ 2,3).

COMENTÁRIO: 

ZERO HORA 12 de outubro de 2013 | N° 17581 - INFORME ECONÔMICO | MARIA ISABEL HAMMES - Do Leitor. O leitor Larry Beltrame escreveu para comentar a notícia de ontem sobre a novela da revitalização do Cais Mauá

“Acabo de retornar da Europa e, pela primeira vez, visitei Lisboa, uma cidade encantadora. Quanta diferença para a nossa Porto Alegre. Lá são quase 1 milhão de habitantes, quatro linhas de metrô, prédios antigos, iluminados e limpos. A faixa especial para ônibus simples, a pista da direita, ao lado da calçada é exclusiva para coletivos. Detalhe: por estar ao lado da calçada de pedestres, táxis podem circular por ela, afinal é um serviço público. A orla do rio Tejo é uma maravilha, com pista para caminhantes e ciclistas. Bares, restaurantes, espaço para exposições, prédios restaurados e bem conservados, jardins e gramado, crianças brincando, correndo e em segurança. Aqui, esse ranço, atraso e a orla do Guaíba abandonada. Precisamos aprender e muito.