quinta-feira, 24 de novembro de 2011

RANÇO SUPERADO

EDITORIAL ZERO HORA 24/11/2011


O mais significativo do ato de concessão do Cais Mauá à iniciativa privada, assinado ontem pelo governador Tarso Genro na presença do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, foi exatamente o simbolismo da operação. Os gaúchos puderam constatar, finalmente, a superação do ranço histórico e dos obstáculos políticos que impediam a urbanização de uma área nobre do centro da Capital. Quando o poder público não dispõe de recursos para oferecer melhorias para os cidadãos, nada mais lógico que faça parcerias com investidores privados, sempre por meio de contratos transparentes, que preservem o patrimônio público e evitem que a população seja explorada.

A revitalização do cais, que seguirá o modelo do Porto de Barcelona, na Espanha, e de Puerto Madero, na Argentina, custará cerca de R$ 570 milhões. O compromisso da empresa concessionária é transformar aquela zona degradada num complexo de lazer, gastronomia e negócios com potencial para atrair turistas e para se tornar uma referência de modernidade na Capital. De acordo com a previsão do presidente do conselho de administração da empresa Porto Cais Mauá Brasil, que exerceu a mesma função na modernização do porto catalão, o projeto será concluído em quatro anos e toda a cidade vai passar por lá.

Mais importante para o Estado é que o modelo de concessão que parece finalmente estar desencalhando o cais do porto sirva de referencial para outras parcerias entre o poder público e a iniciativa privada. E que o Rio Grande evolua para a superação definitiva da cultura do antagonismo que, há anos, inviabiliza o desenvolvimento do Estado. Está mais do que na hora de se deixar o Gre-Nal para o campo de jogo e de se inaugurar uma nova era de cooperação e crescimento neste canto do Brasil.

O Cais Mauá passa a ser o símbolo da ruptura do muro da intolerância.

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